Já em sua meninice despertou em seu íntimo a veia artística ao observar a tonalidade das cores que se modificavam ao anoitecer e os camponeses que com ele conviviam.
Aos nove anos de idade iniciou seus estudos sobre pintura em sua terra natal, em uma escola noturna que não permitia a entrada de crianças. Porém, com a influência de seu tio, ngelo Viaro, amigo do professor, foi feita uma exceção, o que para Viaro foi um privilégio.
Aos quatorze anos de idade, Viaro envia uma pintura para uma mostra realizada em Veneza, era uma pequena paisagem retratando sua pequena Badia Polesine, impregnada de uma gama de cores. Impressionado, seu tio decide incentivar a carreira de talento que estava estampada naquela bela paisagem e agilizar a mudança de Viaro, para Veneza, iniciando seus estudos de pintura, propriamente dito. Posteriormente parte para Bolonha para complementar seus estudos.
Em seus escritos, Viaro diz: “Sempre sonhei de olhos abertos com viagens e terras distantes, aguardando chamados impossíveis”. (Viaro, Guido. Artista e Mestre,p.36). Na primeira Guerra Mundial, o jovem Viaro é convocado pela marinha italiana para servir em Veneza. Em 1.921, inicia sua carreira de Mestre de Desenho na modesta Escola Artística de Badia. Embora atraído para o magistério não lhe permitiam realizar suas aspirações, em virtude de dificuldades no campo do ensino, face aos critérios estabelecidos pelo regime político de então.
Após um período em Roma, foi morar e estudar em Paris. Influenciado, em parte, pela formação que teve, sua pintura demonstrava um estilo pré-renascentista italiano, entretanto se admirava ante o trabalho dos muralistas modernos mexicanos, que na época revolucionavam a arte mural. Segundo alguns biógrafos, quando Viaro estava a caminho do México desembarcou no Brasil em 1927, no Rio de Janeiro. Em seguida foi para São Paulo, onde colaborou como cartunista em jornais. Autodidata e sem diploma, não lhe era permitido ser pintor, ainda assim, consegue uma exposição individual.
Em 1930, mudou-se para Curitiba, sofreu o impacto de uma cidade pequena e com poucas pessoas interessadas em arte. Começou uma grande batalha didática, procurando ensinar desenho em escolas. Seu objetivo era melhorar a mentalidade artística dominante e chamar a atenção do governo para esse setor de ensino. Conseguiu emprego de “professor de desenho” em diversos colégios e ao mesmo tempo montou um atelier. Sua primeira “Escola de Arte Guido Viaro” ficava numa das dependências da Sociedade Dante Alighieri.
Conhece Yolanda Stroppa, filha de uma tradicional família de Curitiba com quem casa-se em 1935, com quem teve um único filho, Constantino Viaro. No ano de 1936 foi nomeado professor na Escola Profissional República Argentina, de onde foi transferido em 1940, para o Colégio Estadual do Paraná. Em 1948 foi fundada a escola de Música e Belas Artes do Paraná, que teve em Viaro, o seu professor mais querido e respeitado.
Uma de suas maiores preocupações como mestre foi estimular na criança o gosto pela arte e despertar sua criatividade. Assim, Viaro deu início a uma pesquisa inédita que abriria nova perspectiva no universo da formação integral da criança. As experiências com essa primeira “escolinha de arte” foram iniciadas em 1937 no Colégio Belmiro César, consolidando-se em 1953 o Centro Juvenil de Artes Plásticas, com o seu funcionamento regular.
Como professor de arte em escolas públicas de Curitiba, percebeu a forma espontânea, autêntica e expressiva dos desenhos e pinturas de seus alunos e decidiu criar um espaço para exercício e desenvolvimento da arte, o Centro Juvenil de Artes Plásticas em 1953. Viaro dedicou mais de 40 anos de sua vida para Arte, estimulando gerações de pintores que compõe o cenário atual.